domingo, 20 de junho de 2010

Vagando devagarinho

*
Eu digo ao lembrar que existo

faço versos um a um
e dentro de mim, insisto,
sou só um lugar comum.


*
Se a dúvida me permeia
e o destino faz a escrita
nem a vida é assim tão feia
nem a morte é tão bonita

*
Enquanto não agonizo
não perco o rumo da vida
não perco o barco ou o siso
nem esqueço a despedida.

*
Meras lembranças tão vivas
Das quais posso me lembrar
São memórias tão esquivas
Que eu nem mais posso tocar.

*
Minutos relógio a fora
Soltam o tempo por aí
A vida se foi embora
E eu, sozinha, nem vi.

*

Nenhum comentário: