segunda-feira, 26 de julho de 2010

... de mim ...


Enquanto penso me calo,
para negar digo sim
se quero dizer, não falo
e assim me esqueço de mim.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

... de sonhos...

*
Interno, terno, infinito
o nosso amor adormece
e sonha um sonho bonito
que no sonho, permanece.

domingo, 20 de junho de 2010

Vagando devagarinho

*
Eu digo ao lembrar que existo

faço versos um a um
e dentro de mim, insisto,
sou só um lugar comum.


*
Se a dúvida me permeia
e o destino faz a escrita
nem a vida é assim tão feia
nem a morte é tão bonita

*
Enquanto não agonizo
não perco o rumo da vida
não perco o barco ou o siso
nem esqueço a despedida.

*
Meras lembranças tão vivas
Das quais posso me lembrar
São memórias tão esquivas
Que eu nem mais posso tocar.

*
Minutos relógio a fora
Soltam o tempo por aí
A vida se foi embora
E eu, sozinha, nem vi.

*

sábado, 29 de maio de 2010

Pequeno poema para a lua do espreitador...

A menininha da Lua
da outra foto lá atrás
cresceu e agora flutua
de chapéu e tudo mais.

Chapéu de renda francesa
cobrindo pouco o cabelo
vai dengosa, que beleza,
passeando seu desvelo.

A menina, que era linda,
tornou-se linda mulher
e passeia a noite infinda
do jeitinho que ela quer.

Ao encontro do namorado
vai arrastando sua luz
faz brilhar o mar calado
a quem seu rosto seduz.

No final da madrugada
lá p'ros lados do nascente
vê o sol, e apaixonada,
inventa o próprio poente.

E mergulha, corpo inteiro,
sua beleza singela,
e o mar, ainda solteiro,
abraça sua donzela.

Abraço grande, amigo. Quem sabe dessa vez você também veja a linda mulher da Lua?
Até,
I

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vestígios... na madrugada

*
Quando ir embora não basta
inventamos a ilusão
de que o que fica se afasta,
deixando só solidão.

*
A dor pode não ser grande...
estar só não é mau assim,
mas por onde quer que eu ande
eu sinto você sem mim.

*
Silêncio, mente vazia...
eu me pergunto, por que?
Sei lá se era o que eu queria
pra só pensar em você.

*
Solidão é qual poeira
que vem em redemoinho
desde o centro até a beira
ocupa qualquer cantinho.

*
Não há mais dor, nem desencanto
no amor que ficou pra trás
Faz tempo, e o tempo é tanto
que o tempo não conta mais.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Retalhos de Nostalgia

Tentando encontrar sentido...

Passei procurando agora
mas só encontrei passado
nenhuma trova da hora
só do ontem terminado.

Tentando encontrar sentido
pedi ajuda pra fada
pirlimpimpim colorido
de novo não tinha nada.

Nostalgia do que ainda não foi...
*
Eu fui, voltei, continuo,
aqui no mesmo lugar;
mas sei, um dia flutuo
e vou para não voltar.


Só para dizer que ainda estou por aqui...
*
Nostalgia era seu nome,
movido à força do vento,
e a mágoa que o consome
singra o mar do desalento.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ah... se Fernando escutasse...

Brincando de fingidor...

Fingindo que acredito
que deixo de acreditar
eu sonho um sonho bonito
e deixo você sonhar.

E o sonhador sonha tanto
que esquece completamente
que um dia, entre riso e pranto,
lembrou que sonha o que sente.

Ah... se Fernando escutasse...
as bobagens que eu não digo
talvez não mais reparasse
o que eu não sou, meu amigo.

Ilnéa R. País de Miranda
Niterói, 16 de novembro de 2009

Se o poeta é fingidor
que finge ou deveras sente
o que sofre por amor
sofre só, fingidamente.

Vá ele com seus poemas,
eu cá, vou com minhas trovas
roubando dos mesmos temas
versando agonias novas.(
Ilnéa, em 08/12/2009)