sábado, 29 de maio de 2010

Pequeno poema para a lua do espreitador...

A menininha da Lua
da outra foto lá atrás
cresceu e agora flutua
de chapéu e tudo mais.

Chapéu de renda francesa
cobrindo pouco o cabelo
vai dengosa, que beleza,
passeando seu desvelo.

A menina, que era linda,
tornou-se linda mulher
e passeia a noite infinda
do jeitinho que ela quer.

Ao encontro do namorado
vai arrastando sua luz
faz brilhar o mar calado
a quem seu rosto seduz.

No final da madrugada
lá p'ros lados do nascente
vê o sol, e apaixonada,
inventa o próprio poente.

E mergulha, corpo inteiro,
sua beleza singela,
e o mar, ainda solteiro,
abraça sua donzela.

Abraço grande, amigo. Quem sabe dessa vez você também veja a linda mulher da Lua?
Até,
I

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vestígios... na madrugada

*
Quando ir embora não basta
inventamos a ilusão
de que o que fica se afasta,
deixando só solidão.

*
A dor pode não ser grande...
estar só não é mau assim,
mas por onde quer que eu ande
eu sinto você sem mim.

*
Silêncio, mente vazia...
eu me pergunto, por que?
Sei lá se era o que eu queria
pra só pensar em você.

*
Solidão é qual poeira
que vem em redemoinho
desde o centro até a beira
ocupa qualquer cantinho.

*
Não há mais dor, nem desencanto
no amor que ficou pra trás
Faz tempo, e o tempo é tanto
que o tempo não conta mais.